Frequentemente temos de tomar decisões sobre nossas carreiras, e isso envolve quais empregos aceitar e o que estudar. Mas que critérios usamos para tomar essas decisões? O que define nosso futuro profissional são as âncoras de carreira, que são os marcos que regem as decisões de carreira de um profissional.
Essas âncoras se desenvolvem ao longo dos anos, desde a infância, e envolvem a autoimagem das pessoas, formando suas personalidades.
São os talentos, competências e habilidades do indivíduo (coisas que acreditamos que fazemos bem ou mal); motivações e necessidades (pode ser dinheiro, status, desafios, autonomia, etc); atitudes e valores (tendemos a gostar de ambientes de trabalho com valores e crenças semelhantes às nossas). Confira o post que preparamos sobre o assunto e saiba mais!
História da teoria
A teoria das âncoras de carreira foi desenvolvida na década de 1970 pelo PhD em psicologia social da universidade de Harvard e docente do MIT (Massachusetts Institute of Technology), Edgar Schein. O professor é também o criador do conceito de “cultura organizacional”.
Para chegar às suas conclusões, Schein realizou um estudo longitudinal durante 9 anos com mais de 40 graduandos e estudantes recém-formados. O estudo analisou as variações das características psicológicas dos indivíduos ao longo dos anos.
Impactos das âncoras de carreira na vida profissional
Frequentemente profissionais selecionam suas carreiras pelos motivos errados. Isso implica em uma constante insatisfação pessoal, baixa motivação e, consequentemente, baixa produtividade, o que causa impactos longevos.
As âncoras de carreira ajudam os indivíduos a se conhecerem melhor e a fazerem escolhas profissionais mais condizentes com seus desejos e valores. Em poucas palavras, âncoras de carreira são as “cláusulas pétreas” da sua vida adulta, que você jamais alterará, não importa quais sejam as circunstâncias.
Tipos de âncoras
De acordo com Edgar Schein, existem oito tipos de âncoras de carreira. São elas:
- Desafio puro: âncora dos profissionais que buscam conquistas impossíveis;
- Estilo de vida: prioridade no equilíbrio entre vida profissional e pessoal;
- Dedicação a uma causa: pessoas que preferem atuar em áreas nas quais possam promover o bem-estar de todos;
- Segurança e estabilidade: trabalhadores que preferem empregos sem riscos de demissões e com um plano de carreira bem definido;
- Criatividade empresarial: é o perfil dos empreendedores, sempre em busca de estabelecer negócios próprios;
- Autonomia e independência: preferem trabalhos que lhe deem maior poder de escolha e decisão, como autônomos e freelancers;
- Competência técnica e funcional: âncora dos que preferem ser especialistas em algo, optando por trabalhos altamente especializados em detrimento de cargos administrativos e generalistas;
- Competência administrativa geral: é o perfil da liderança — profissionais de competência administrativa geral almejam cargos de gerência e coordenação.
Pessoas com âncora de segurança e estabilidade devem procurar carreiras e empregos estáveis, como carreiras no serviço público, em vez de carreiras desafiadoras e arriscadas como corretor de bolsa de valores. Por outro lado, alguém com perfil “puro desafio” se sentirá muito desmotivado em empregos tranquilos, como o de contador.
As pessoas tendem a se manter sempre na mesma âncora e suas carreiras sempre serão um reflexo disso. Entender em qual categoria se encaixa ajudará o profissional a planejar sua carreira de modo mais satisfatório.
Os testes de âncoras de carreira podem ajudar o trabalhador a entender se está atuando na área correta ou se é necessária uma mudança de carreira. Ao conhecer sua âncora de carreira, o profissional pode fazer os ajustes de rumo para continuar crescendo.
Os resultados desse processo podem ser obtidos mais rapidamente se o trabalhador contar com a ajuda de um tutor. Confira mais um de nossos posts: Mentoria empresarial: o que é e como funciona — e saiba mais sobre o assunto!